VoIP - Voice over IP
Voz sobre IP é uma tecnologia que tem uma utilização crescente, no Brasil, pois oferece custo de ligações DDD e DDI muito reduzidos, e os equipamentos necessários tem um custo acessível, e vem caindo dia a dia.
As operadoras de telefonia tem utilizado bastante essa tecnologia, para reduzir seus custos, mas evidentemente não desejam que ela seja utilizada por seus assinantes, pois perderia receita.
Mas o progresso é inevitável, pode-se tentar adiá-lo, mas ele sempre vem, e é o que está acontecendo com essa tecnologia.
VoIP - Ligue grátis via internet
Skype - Telefonia VoIP gratuita, entre usuários, ou paga, mas econômica, para telefonia fixa DDD e DDI
Basip - Telefone adaptado, de baixo custo, para uso com o Skype.
Alguns links:
Artigos
Voz sobre IP: Regulação a caminho - Parte II
QUALIDADE DE SERVIÇO EM VoIP - PARTE1 Adailton J. S. Silva
Telefonia IP Huber Bernal Filho
Tópicos: Inicial - O que é - Arquitetura - Protocolos - Ambiente Corporativo -Internet - Considerações finais - Teste seu entendimento
Proteção de mercado
Anatel precisa regulamentar telefone por internet
por Demócrito Reinaldo Filho
Telefonia IP já faz 36% das ligações para fora do Brasil
Talita Moreira
Valor Econômico
Mais de um terço das ligações de longa distância do Brasil para o exterior é feita por meio de empresas que não têm licença da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para atuar no setor.
A conclusão é de um estudo que a Abrafix, associação das concessionárias de telefonia fixa, encomendou à consultoria BDO Trevisan para traçar o cenário da competição no mercado. Os números mostram o rápido avanço da tecnologia de voz sobre protocolo de internet (voz sobre IP), que barateia as chamadas internacionais.
De acordo com o levantamento, as operadoras chamadas de "ilegais" pela Abrafix representaram 36% do tráfego de ligações do Brasil para o exterior no ano passado. Em 2003, o número foi de 28%. Com isso, as empresas de telefonia deixaram de faturar R$ 880 milhões e de repassar R$ 252 milhões em impostos no ano passado.
Os valores ainda são pequenos. Juntas, as concessionárias de telefonia fixa (Telemar, Telefônica e Brasil Telecom) faturaram perto de R$ 50 bilhões no ano passado - excluídos os serviços de celular. Porém, o ritmo de crescimento preocupa o setor, que tem pedido uma revisão do ambiente regulatório.
"Os objetivos para o setor têm se partir do governo. Talvez não se esteja percebendo a importância do que está acontecendo", diz o presidente da Abrafix, José Fernandes Pauletti.
O sistema funciona da seguinte maneira: por meio de uma rede IP, a operadora "ilegal" completa a ligação internacional num PABX local, direcionando a chamada para a rede pública como se fosse uma ligação local. O serviço é oferecido geralmente por empresas estrangeiras, muitas das quais têm autorização para prestar telefonia em seus países de origem. Elas atuam em duas vertentes.
No modelo mais antigo, as companhias vendem cartões telefônicos internacionais. Por meio deles, o usuário liga para um número que direciona a chamada para o exterior para uma rede IP. Serviços como esse são muito populares em países como os Estados Unidos.
Porém, a grande preocupação das operadoras é com empresas que oferecem ligações - gratuitas em alguns casos - por meio de softwares baixados pela internet. Com eles, é possível fazer chamadas de um computador para outro ou para um telefone convencional. O "bicho-papão" das teles é o Skype, que se tornou popular no mundo todo. Mas os executivos do setor não ousam citar o nome dele. Costumam classificá-lo como "aquele software que você sabe qual é".
Segundo Pauletti, as chamadas entre dois computadores não são ilegais. "É um serviço privado, de internet. O problema é quando passam pela rede pública", afirma.
A legislação brasileira estabelece que somente empresas autorizadas pelas Anatel podem prestar serviços de telefonia. É com base nisso que as operadoras apontam a ilegalidade dos softwares ou das empresas que usam cartões.
No entanto, a tecnologia de voz sobre IP está jogando por terra esse conceito. Como impedir que alguém use um software como o Skype? E por que proibir o consumidor de usar um sistema que pode ser mais barato?
Questões como essas estão em aberto na Anatel. Por enquanto, a agência tem considerado voz sobre IP como um serviço de internet, que não precisa ser regulado. É o mesmo posicionamento adotado pela FCC, órgão que dita as regras das Telecomunicações nos EUA - o que tem gerado uma chiadeira geral das operadoras por lá.
No Brasil, as teles estão tateando o mercado. Até agora, nenhuma lançou serviços de voz sobre IP. Como têm posição dominante no mercado, as concessionárias têm atuado na defensiva.
A ameaça ainda é distante. O país fechou o ano passado com 2,1 milhões de acessos em banda larga, um requisito para o uso de telefonia IP. Porém, o levantamento da Trevisan estima que, em 2009, haverá quase 7 milhões o número de usuários de voz sobre protocolo de internet no mercado brasileiro. No ano passado, havia 1 milhão.
"Para o consumidor é bom, desde que os competidores tenham licença e atuem dentro das regras", afirma o diretor de estratégia corporativa da Telemar, André Bianchi. "O problema são esses parasitas da internet que destroem valor em toda a indústria."
------------------------------------------------------------------
Companhias rejeitam metas para competição no setor
De São Paulo
As concessionárias de telefonia fixa questionam a intenção da Anatel de estabelecer metas de competição para as empresas.
Para sustentar sua argumentação, a Abrafix (associação das operadoras) pediu à BDO Trevisan um estudo apontando o cenário atual e as fragilidades do setor. O documento foi levado à Anatel e aos Ministérios das Comunicações e da Fazenda.
"Não precisa ter um plano de competição, que não é algo qualificável. Já temos um plano de universalização", diz o presidente da Abrafix, José Fernandes Pauletti.
O levantamento aponta as metas mais rígidas de universalização, a concorrência da telefonia móvel, a voz sobre IP e o sistema de tarifas de interconexão adotado no país como desafios que podem colocar em risco a estabilidade do modelo do setor. Outra ameaça apontada pelo documento é nascente competição das operadoras de TV a cabo em telefonia a internet.
"É um segmento que requer investimentos altos. Precisa haver estabilidade regulatória", avalia o consultor Roberto Haag, da BDO Trevisan.
Segundo Pauletti, o estudo também pode servir como base para o debate sobre a necessidade de mudanças na legislação de Telecomunicações. "O que se quer do modelo? Lá atrás (antes da privatização, em 1998) se colocaram os objetivos de universalização e qualidade dos serviços. Hoje, eles ainda são os mesmos", diz. (TM)
------------------------------------------------------------------------
Contexto
A transmissão de voz sobre protocolo de internet está se desenhando como a maior revolução na telefonia desde que ela foi criada pelo escocês Alexander Bell, em 1875 - para desespero de operadoras e reguladores. O sistema de comutação de pacotes está cedendo espaço para um modelo em que os sons navegam em redes de dados. Isso permite o surgimento de empresas que oferecem telefonia pela internet, sem investir numa infra-estrutura própria. Dessa forma, conseguem oferecer preços muito menores que os dos serviços comuns.
Essas mudanças levaram as operadoras a uma situação inédita. O tráfego de ligações está estagnado e não há perspectivas de que volte a crescer. Mais do que isso, os novos serviços acarretam perdas para as teles. Para completar uma chamada num telefone convencional, as empresas IP utilizam a rede das operadoras e em alguns casos não pagam interconexão. Para se adaptar aos novos tempos, as operadoras apostam na oferta de em banda larga e de serviços como telefonia móvel e transmissão de vídeos.
Dar um "jeitinho" para reduzir a conta de telefone não é exclusividade dos tempos da internet. Nos anos 80 e 90, tornou-se conhecido o chamado de "call-back". A pessoa ligava para um número no exterior e recebia a chamada de volta, pagando bem menos. Porém, era um artifício muito mais restrito e fácil de controlar. A questão da "legalidade" dos serviços de voz sobre IP, levantada pelas concessionárias, apóia-se num modelo regulatório que foi atropelado pela tecnologia.
----------------------------------------------------------------------
Skype põe operadoras em xeque, mas diz que negócios são complementares
Ricardo Cesar De São Paulo
Em fevereiro de 2004, Michael Powell, presidente da Federal Communications Commission, órgão regulador do mercado americano de Telecomunicações, disse à revista "Fortune" que, quando instalou o Skype, percebeu que "o mundo inevitavelmente iria mudar". Foi talvez a declaração de maior peso entre muitas que foram dadas sobre como o software coloca em xeque o modelo das operadoras tradicionais.
A empresa emprega uma tecnologia conhecida como voz sobre IP, que permite que a voz humana trafegue pela internet da mesma forma que ocorre com dados eletrônicos, como um e-mail, por exemplo. Com isso, o custo para estabelecer uma ligação entre dois computadores que possuem o programa instalado é apenas o da conexão.
No rastro do sucesso do Skype, não faltou quem previsse o fim das operadoras. Mas o co-fundador e principal executivo do Skype, Niklas Zennström, é rápido em botar panos quentes para minimizar a disputa com as teles. "O Skype vai tirar receitas de ligações telefônicas, mas para usar nosso software é preciso ter acesso à internet em alta velocidade. Assim, vamos expandir a base de assinantes de banda larga das operadoras", diz. "Não nos vemos como inimigos das operadoras tradicionais. Até porque, sem as redes que elas mantêm, o Skype não sobreviveria. São negócios complementares."
O software também avança nas empresas - cerca de 30% da base mundial é de clientes corporativos. Mas, de novo, Zennström prefere evitar polêmicas com as operadoras. "Algumas das maiores companhias do mundo estão usando Skype, mas elas não jogam fora os telefones velhos. É o mesmo que ocorreu com os celulares: a adoção de telefones móveis não acabou com os fixos."
Esta não é a primeira vez que Zennström cria problemas para negócios bem estabelecidos. Há cinco anos, o executivo lançou o KaZaA, um sistema que permite trocar arquivos de música gratuitamente pela internet, o que o levou a ser processado pela indústria fonográfica.
20/06/2005 - Valor Econômico - SP